domingo, 25 de setembro de 2011

A PROPÓSITO, NUNO OLIVEIRA, DE HUMILDADE, O SENHOR QUE SE SEGUE TINHA UMA OPINIÃO QUE, COMO AGORA SE DIZ, VALE O QUE VALE.

«Devo à Providência a graça de ser pobre: sem bens que valham, por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, ostentações. E para ganhar, na modéstia a que me habituei e em que posso viver, o pão de cada dia não tenho de enredar-me na trama dos negócios ou em comprometedoras solidariedades. Sou um homem independente. Nunca tive os olhos postos em clientelas políticas nem procurei formar partido que me apoiasse mas em paga do seu apoio me definisse a orientação e os limites da acção governativa. Nunca lisonjeei os homens ou as massas, diante de quem tantos se curvam no Mundo de hoje, em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção. Se lhes defendo tenazmente os interesses, se me ocupo das reivindicações dos humildes, é pelo mérito próprio e imposição da minha consciência de governante, não por ligações partidárias ou compromissos eleitorais que me estorvem. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre. Jamais empreguei o insulto ou a agressão de modo que homens dignos se considerassem impossibilitados de colaborar. No exame dos tristes períodos que nos antecederam esforcei-me sempre por demonstrar como de pouco valiam as qualidades dos homens contra a força implacável dos erros que se viam obrigados a servir. E não é minha culpa se, passados vinte anos de uma experiência luminosa, eles próprios continuam a apresentar-se como inteiramente responsáveis do anterior descalabro, visto teimarem em proclamar a bondade dos princípios e a sua correcta aplicação à Nação Portuguesa. Fui humano».


Discurso de SALAZAR de saudação e agradecimento ao Porto, em 1949, no Palácio da Bolsa, em 7 de Janeiro, ao inaugurar-se a conferência da União Nacional e a campanha para a reeleição do Senhor Presidente da República.

2 comentários:

Nuno Oliveira disse...

Salazar... Tem alguma coisa a ver com o utensílio de cozinha?
Aquele de rapar os tachos?

Continuo a considerar o Messi melhor.
Melhor jogador, melhor feitio, mais humildade, mais companheirismo...
Melhor que o Cristiano e até que o António.

Enfim só lhe falta ser Português.

Relativamente ao Sr. Salazar, num registo mais sério, ninguém se perpetua até à morte num cargo se não se tiver em grande conta.

O meu punch-line que servirá de resposta à globalidade de questão:
para se ser competente é desnecessário (desaconselhável até?) ser-se idiota, doido, narcisista, ou todas as anteriores.

Digo eu...
Cumprimentos.

Anónimo disse...

nao discordo. pessoalmente, não me incomoda um certo exagero de alguns tipos bons, como quando o joão césar monteiro disse "quero que o público se foda". Não quer dizer que eu dissesse o mesmo numa situação semelhante (à minha escala).