A mulher portuguesa não é feliz quando ama.
Para ela, o amor não é lugar de felicidade: ser feliz é ser leve e ela entende
que o amor deve ser pesado (não esqueçamos que as mulheres engordam enquanto
estão grávidas e continuam a engordar depois de parirem, numa espécie de bonita
tentativa para dotarem o seu amor do tamanho do mundo). Quando gosta de ti, a
mulher portuguesa sofre. Vê como eu sofro
por gostar tanto de ti, diz-nos então, com olhos que nos olham só porque já
choraram tudo. Se nós nos rimos, apenas desajeitados para sofrer sem vontade,
ela não se importa. És uma criança e
ainda não aprendeste a amar, pensa então enquanto inclina a cabeça e une as
pálpebras esta mulher; e agora é a tua
vez de fazer alguma coisa. Pensas nas tragédias do teu país, ou de outro
qualquer - não adianta. É quase um sorriso que te baila na cara, inoportuno e
vândalo. O que fazer? Na verdade, acho que é importante não termos medo de
estragar o sofrimento desta mulher,
tratando-a bem, com beijos e palavras meigas. Por duas razões: 1) a capacidade
de sofrer desta mulher é indestrutível;
2) um dia vais sentir saudades de ser amado assim, como agora.
2 comentários:
isto é ficção, menina. ;)
sei fazer pataniscas de bacalhau
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