A coisa boa de ter um blog é que não se paga em dinheiro
paro o ter (mas paga-se em tempo). Num mundo onde a força política do indivíduo
foi anulada num processo que tem na outra face a potencialização da sua
inserção produtiva, ter um blog permite-nos ser como pequenos Zorros
justiceiros que resgatam ao esquecimento aquelas coisas que nos merecem afecto.
Ao partilhá-las com os leitores, estamos a pedir-lhes que legitimem a discreta
despensa onde o nosso cérebro guarda aquilo que ainda somos: a nossa memória. Mas
que justiça é esta, afinal, que a pretexto de resgatar pequenas pérolas
arrastadas para o grande mar das sombras moribundas, visa sobretudo conservar a
memória – o corpo – que as carrega?
Leitor hipócrita, é mesmo assim: salvamos sempre a melhor
parte de nós. O universo é paradoxal e o pequeno Zorro não tem espada, nem revóver,
nem a capa negra que lhe empresta o ar ridículo que todo o herói deve ter. Apenas
um computador – ridículo – e todos os
sonhos da internet.
[O pequeno Zorro tem também um blog e com ele deve mudar
o mundo…Ou não deixar que o mundo o mude? Enfim, permitam-lhe que adie a
resposta para um próximo universo]
Agora ele precisa do tempo pra pendurar a roupa.
[ostra
1: Depressão Total (“Nova Crença”); ostra 2: Lucretia Divina (“Maria”)]
2 comentários:
Querido Pequeño Zorro,
Le retribuyo al menos con una sonrisa y este tiempo para deleitarme con su memoria
(quizás mas insondable que el propio Brasil que l@s travestis parecen devorar de vez en cuando, las protuberancias son alimento)
abrazorro
Claudia Mora
Querido Pequeño Zorro,
Le retribuyo al menos con una sonrisa y este tiempo para deleitarme con su memoria
(quizás mas insondable que el propio Brasil que l@s travestis parecen devorar de vez en cuando, las protuberancias son alimento)
abrazorro
Claudia Mora
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