segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O ZORRO DOS BLOGS


A coisa boa de ter um blog é que não se paga em dinheiro paro o ter (mas paga-se em tempo). Num mundo onde a força política do indivíduo foi anulada num processo que tem na outra face a potencialização da sua inserção produtiva, ter um blog permite-nos ser como pequenos Zorros justiceiros que resgatam ao esquecimento aquelas coisas que nos merecem afecto. Ao partilhá-las com os leitores, estamos a pedir-lhes que legitimem a discreta despensa onde o nosso cérebro guarda aquilo que ainda somos: a nossa memória. Mas que justiça é esta, afinal, que a pretexto de resgatar pequenas pérolas arrastadas para o grande mar das sombras moribundas, visa sobretudo conservar a memória – o corpo – que as carrega?

Leitor hipócrita, é mesmo assim: salvamos sempre a melhor parte de nós. O universo é paradoxal e o pequeno Zorro não tem espada, nem revóver, nem a capa negra que lhe empresta o ar ridículo que todo o herói deve ter. Apenas um computador –  ridículo – e todos os sonhos da internet.

[O pequeno Zorro tem também um blog e com ele deve mudar o mundo…Ou não deixar que o mundo o mude? Enfim, permitam-lhe que adie a resposta para um próximo universo]

Agora ele precisa do tempo pra pendurar a roupa.

[ostra 1: Depressão Total (“Nova Crença”); ostra 2: Lucretia Divina (“Maria”)]

2 comentários:

Claudia Mora disse...

Querido Pequeño Zorro,
Le retribuyo al menos con una sonrisa y este tiempo para deleitarme con su memoria
(quizás mas insondable que el propio Brasil que l@s travestis parecen devorar de vez en cuando, las protuberancias son alimento)
abrazorro
Claudia Mora

Claudia Mora disse...

Querido Pequeño Zorro,
Le retribuyo al menos con una sonrisa y este tiempo para deleitarme con su memoria
(quizás mas insondable que el propio Brasil que l@s travestis parecen devorar de vez en cuando, las protuberancias son alimento)
abrazorro
Claudia Mora