segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EM ABRANTES TUDO COMO DANTES


“Enquanto a miséria cobre de cadáveres vossas ruas, de ladrões e assassinos vossas prisões, que vemos da parte dos escroques da fina sociedade? os exemplos mais corruptores, o mais revoltante cinismo, o banditismo mais desavergonhado…Não receais que o pobre que é citado ao banco dos criminosos por ter arrancado um pedaço de pão pelas grades de uma padaria se indigne o bastante, algum dia, para demolir pedra por pedra a Bolsa, um antro selvagem onde se roubam impunemente os tesouros do Estado, a fortuna das famílias”.

(in La Ruche populaire, nov. 1842)

Este trecho é citado por Foucault (“Vigiar e Punir”, 2010 (original de 1975), Editora Vozes, pp. 272-273) e acompanhado do seguinte comentário do autor: “…essa delinquência própria à riqueza é tolerada pelas leis e, quando lhe acontece cair em seus domínios, ela está segura da indulgência dos tribunais e da discrição da imprensa”.

3 comentários:

Anónimo disse...

Alexandre Théodore Dézamy

Anónimo disse...

Foucault cita trechos de várias revistas e não dá (ou nem sempre dá) informação sobre os autores desses trechos. Não sei onde é que o Matos Silva foi buscar essa informação, ela não está no livro do Foucault "Vigiar e Punir".

margarete disse...

este livro deveria ser obrigatório no ensino secundário


p.s. olá, Joana!