“Enquanto a miséria cobre de cadáveres vossas
ruas, de ladrões e assassinos vossas prisões, que vemos da parte dos escroques
da fina sociedade? os exemplos mais corruptores, o mais revoltante cinismo, o
banditismo mais desavergonhado…Não receais que o pobre que é citado ao banco
dos criminosos por ter arrancado um pedaço de pão pelas grades de uma padaria
se indigne o bastante, algum dia, para demolir pedra por pedra a Bolsa, um
antro selvagem onde se roubam impunemente os tesouros do Estado, a fortuna das
famílias”.
(in La Ruche
populaire, nov. 1842)
Este trecho é citado
por Foucault (“Vigiar e Punir”, 2010 (original de 1975), Editora Vozes, pp.
272-273) e acompanhado do seguinte comentário do autor: “…essa delinquência
própria à riqueza é tolerada pelas leis e, quando lhe acontece cair em seus
domínios, ela está segura da indulgência dos tribunais e da discrição da
imprensa”.
3 comentários:
Alexandre Théodore Dézamy
Foucault cita trechos de várias revistas e não dá (ou nem sempre dá) informação sobre os autores desses trechos. Não sei onde é que o Matos Silva foi buscar essa informação, ela não está no livro do Foucault "Vigiar e Punir".
este livro deveria ser obrigatório no ensino secundário
p.s. olá, Joana!
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