Uma senhora na casa dos setenta aproxima-se de
mim e usa palavras parecidas com estas:
- Bom dia, moço, se importaria que eu o convide
para jantar?
Olhei a senhora e fui recebido pelo seu sorriso.
Até os olhos sorriam, azuis e luminosos. Disse-lhe:
- Pode convidar. Mas eu gostaria de conhecer a
motivação da senhora.
Nesse momento estávamos já a caminhar na mesma
direcção.
- Fui enganada pela minha melhor amiga, que
começou a dar em cima do meu amante. Gostaria de conversar com um homem
educado, e o meu marido não gosta de jantar fora.
O jantar estava óptimo e a conversa correu animada. Creio que a idade dela me pesou apenas pela força das convenções sociais. Sabia que o carácter único do nosso encontro contribuía para a compensar da desilusão que me revelou. Eu era o estranho que ela encontrou na rua e aceitou o convite, como outros poderiam aceitar, a partir de agora, porque certamente não se consegue esquecer rapidamente a desilusão causada pela nossa melhor amiga.
6 comentários:
Este conto merecia continuação! ;)
merecia? podes continuá-lo, e não precisa de ser no Piolho...;)
Rui, tivesse eu frequentado mais o Piolhoe ás tantas até conseguia elevar a minha prosa à tua.;) Como sou menina de Croissanteria deixo-me ficar quietinha.;)
eu gosto muito dos croissants do Porto, quando ainda são daqueles pesados amarelos e com uma espécie de verniz por cima.
Aqueles que cada um equivale a um pacote de margarina Planta,né?
Daí as moças do Porto não se poderem dar ao luxo de convidar estranhos para jantar pela rua fora. (Olha a conversa a baixar de nivel,LM...)
;)
se o estranho for eu, podem (e devem)
Enviar um comentário