quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SE SE LEMBRAREM DE UM TÍTULO PARA ESTE POST, AVISEM



Voltei a escrever textos que, sendo ficção, acabam por ser motivados pelas disposições que atravesso. São textos de ficção, disse, o que significa que podem ou não “falar” de situações reais. Mas isto de “situações reais” é complicativo, também já sabemos, porque muitas vezes um texto que leio ou uma música que ouço parecem-me mais reais que as pessoas que almoçam ao meu lado em King’s Cross, Londres, todas as quartas-feiras. No fundo, é preciso ser imune a muito lixo que circula à nossa volta, seja em que país for. Desde as bactérias até aos planetas dourados, tudo se move em função dos seus interesses. A uma bactéria pode interessar foder o fígado de uma pessoa que nem bebe whisky, e a um planeta pode interessar influenciar o campo magnético de um corpo celeste simpático, numa sexta-feira à noite, depois de os bares siderais fecharem.

Hoje, desconfio de toda a gente. O mesmo é dizer, acredito em toda a gente. Ou seja: se pretendo evitar uma pessoa ou me sinto atraído por ela, passo algum tempo a analisar os seus interesses. Todas as pessoas encontram uma razão metafísica para justificarem as suas escolhas. As escolhas das pessoas parecem-me sempre muito parciais e localizadas. Por exemplo: partilhas a casa com um vegetariano e ele explica-te a razão que o leva a não sacrificar animais. Mas depois de comer as suas couves e cenouras, essa pessoa vai lavar a roupa na máquina, o que faz duas ou três vezes por semana, usando três ou quatro vezes mais água e electricidade do que tu, que ainda vais comendo o teu franguito e o belo atum. Então a água merece menos protecção do que a galinha? E a luz – ou a forma como ela se obtém - não precisa de ser “salva” tanto quanto o peixe?

Quanto às regras da atracção entre seres humanos, bem, até os cegos vêem. Digam-me quantas moças bonitas e inteligentes vão curtir o próximo fim-de-semana com moços pobres e aleijadinhos, ou vice-versa. Sim, no mundo inteiro, no próximo fim-de-semana. Zero? Só? Ah, parece que existe UMA chinesa que gosta de…

Veja-se esta conversa, e as verdadeiras razões entre parêntesis:

Maria – Já saí muito, agora não tenho paciência [ninguém me convida]
Mauro – Eu também não, acho que perdi a motivação [perdeu foi o cabelo]
Maria – E é sempre a mesma conversa, os homens são muitos infantis, só pensam em sexo [ pensam em sexo com as outras, as popozudas de vinte anos]
Mauro – Uma pessoa com a idade começa a dar valor a outras coisas [aos medicamentos para o reumatismo, por exemplo]
Maria – Sim, há a beleza interior [és um bocado lerdo, não és?]
Mauro – Claro, claro…[beleza interior? posso mostrar-te o meu fígado, ou o pâncreas, pra ver qual é que achas mais bonito]
Maria – E você tá a fim de sair hoje? [e se te deixasses de conversas e me fodesses como se não houvesse amanhã?]

Pronto, era isto. E não se esqueçam do título.

8 comentários:

Anónimo disse...

popozuda. põe no youtube e podes VER.

luís ene disse...

Rui, o título que está parece-me bem.

Unknown disse...

não consigo pensar num título para o post. mas me ponho a refletir sobre o que ele encerra.

Unknown disse...

popozuda é uma mulher de nádegas avantajada pelo exercício físico. No Brasil elas fazem muito sucesso.

Anónimo disse...

Politicamente correto é ser vegetariano, pró-animais e discreto. As popozudas contribuem pra perpetuar a espécie sem tanto esforço: comem folhas e animais (todos eles) e fazem bom uso da água, pois as roupas e calcinhas são sempre bem pequeninas!

Anónimo disse...

luis: "o título que está parece-me bem" é uma excelente sugestão pra título, obrigado ;)

rogério: obrigado pela "assistência técnica". uma popozuda é uma popozuda.

nique: as popozudas são ecológicas, e parcialmente discretas: olha-se menos para a cara delas!

fernando: a waleska popozuda é nice.

Cuca, a Pirata disse...

A ecologia, os atuns e outros amores.

o título.

Anónimo disse...

é um bom título. dará novo post, de certeza